A Madalena me ligou. E quis carinho.
Não sabia absolutamente o que dizer, o pranto comunicava tudo. O telefone, molhado do outro lado, escorre mais do que agruras. Escorre. Choro e dor.
Pode vir o que for do lado de lá. Sempre tem jeito.
A vida me deu o presente de estar na lista telefônica dela. Na memória do chip do aparelho. Como último recurso contra o que tinge o seu rosto de maquiagem borrada.
Nada mais para acreditar. Além do que você já viu, Madalena.
Grita para comemorar. Torce para amanhecer. O tempo não manchará mais do que o lenço que te faz compania presente. Adere ao suspiro livre, ao vento que baila teus cabelos na calçada. Crê no brinde da taça de vinho, no vermelho que marca a digital do teu beijo, no cristal do copo de extrato de tomate.
Ele não voltará, querida. E isso é bom.
Orquestra sinfônica de silêncio. Te compro um ingresso, e tu vais sozinha.
Tudo vai passar. Inclusive, esse teu sôfrego engasgo de resposta.
Encosta, no sofá rasgado, e dorme.
O que tu precisas é de um pouco de abraço de ninguém.
Um comentário:
a solidão sempre ajuda, fato..
vim te ler, dizer que tenho saudade e que adorei a fotinho nova..
beijok
malmal
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