domingo, 6 de junho de 2010

Vida repetida


A falta de verdade nos meus dias,
me embala como canções de ninar vazias.
O mais, no mais, tardia,
uma vontade de escrever sem ter tempo.
Covardia repetida.

Pirraça, de não mais saber me sentir inteiro
no intento de me tomar mais completo, ligeiro
na vontade de espassar os minutos, matreiro
e de me encontrar teclando coisas em vão. Do coração.

Minuto, que se passou e antes era tão belo
e agora que o vivi, virou flagelo
por não ter feito o que eu deveria ter dito
E ter dito o que deveria ser feito.

Mas antes de mirar aurora na minha janela
de fechar os olhos e abrí-los, nesta cela
de embates e desencontros festivos

Garanto que tudo vai acontecer de novo
e o novo, virá como artigo antigo
com cheiro de coisa reformada, relida.
E assim vou reformando a minha vida.
Repetida.