segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Edmar


A meia luz, meio som, meia imagem.
A vontade de sair daqui e cumprir o que ainda não tomei por consciência. Saborear a porventura dos ventos, no rosto. Transpor esta inoperante e desgostosa abstinência.
O que ainda não fiz...Mas ah! Foi por um triz. ]
Ser perdido, dançante, manequim. Exemplo de coluna ereta, ter a constância como meta, um ombro cálido como estopim. Um desejo latente, um colírio ardente, um querer ser já na vontade de não mais estar. Depois disso tudo, o que mais sei é que me chamo Edmar.

Não vivo o hoje como veneno. Tampouco como elixir de boa sorte. Driblo a morte, a covarde distração de objetos (cenas sem corte) e ao impulso de arquitetar planos lanço minha sorte. Vou indo como quem nunca foi, mas como quem sempre quer voltar. O caminho é longo, a estrada é íngrime, o impulso cessa. E é ai, sempre nessa pressa de atingir o que estipulei, de pular os obstáculos que eu próprio criei, que me atrapalho no labirinto do adultecer. Do fazer e do amar. E, cada vez mais perdido no que acho, cada vez mais constante no que abraço, sinto que me chamo, Edmar.

Não falo mais alto. Não caio nos verbos. O curso que agora tomo, em goles homeopáticos, tem tudo a ver com cautela. Janela aberta, sol que entra, calor que sai. Dos poros, livre e vai. Desejo paralelo, uma cria que a robustos olhos se copia, se traduz e se trancende. Um escape de viver complicado, compilado, inocente. Um ser que tenta e chora, copiosamente, pelo direito de poder se firmar. Neste momento, mais do que nunca, atendo pelo nome de Edmar.