quarta-feira, 1 de julho de 2009

Poema enganado


E se as palavras se enganassem?


Se ao invés de emitir interjeições, viessem fábulas?

Se em detrimento de ensaiar condições, transbordassem fatos?

Creio que tudo seria mais cômodo.


Os poemas às vezes erram. Não transmitem o que o sujeito da ação (pensamento) pretendia semear. Fomento de contradições formicidas, trituradas, cuspidas e escarradas. Erro crasso do querer de mais se fazer entender, de menosprezar o quanto o outro está disposto a aceitar. E até onde se está alerta e ciente para viajar com palavras jogadas ao vento, e figuras de linguagem rebuscadas.


Poema é uma locução sem volta aparente. O eco, neste caso, não existe. Convincente, faz pensar por alguns instantes no que já estava dormente nas ideias, confiantemente perdido entre as indecisões. Se ultrapassar a barreira do momentâneo, já é lucro. O lucro de fazer parecer o que nem sempre é.


A vitória é levar o corção aos prantos, sem a mente nem sequer desconfiar.

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