terça-feira, 30 de junho de 2009

O que tem no teu Baú?

Vejamos.

Abri o meu baú. Ou melhor, arrombei. O segredo, não sei mais. Tu sabes qual é o teu segredo?

Aqui encontrei algumas agruras. Tentativas. Resoluções às pencas, nenhuma usada.
Logo abaixo das incertezas avistei algumas convicções, meio batidas. Bastante recorridas como escudo, e por isso com vários arranhões. Mas creio que ainda possa usá-las. Vou separar, deixar mais a vista. Vou polí-las e reaproveitar.

Para meu espanto, nenhuma traça. Elas não resistiram, eu mesmo me encarrego de remoer todos os ítens, diariamente, ao colocar a cabeça no travesseiro. Para elas não sobrou nada. E isto me dá até um certo orgulho...

Traços de melancolia ao lado das contrariedades, cuidadosamente acomodadas, por serem preciosas. Tesouros íntimos e alguns cacos de porcelana... Devem ser do corpo de algum boneco velho. Aquele que um dia deixei de ser por necessidade.
Marcas em um pergaminho me chamaram a atenção: era o caminho que eu queria seguir. Não sei onde estão as anotações a respeito do ponto de partida, talvez eu ainda não tenha começado a rota. Ou estou tão longe que não faz mais sentido algum os desejos de outrora.

Pronto, arranjei algum espaço. Pouco, mas acho que o suficiente para o que ainda pretendo armazenar neste baú velho. Vou aproveitar que ele está aberto e lhe dar um outro aspecto, que não seja este de letargia. Contudo, reforçarei as trancas. Não quero violá-lo novamente tão cedo, o que aqui está guardado não merece ser misturado com a realidade. É o meu mundo. E o que preciso está longe do que sequer já foi inventado...

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