segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tempo

O tempo é o senhor da razão. Um senhor carrasco.
Descasca nossa pele.
Descama nossos conceitos.
Desmaia nossos ímpetos. Sem excessões.

Na dança contida do tempo, bailamos solitários, agarrados à boia do futuro, para não nos afogarmos na maré do passado. Aceitamos o passar dos anos, como castigo ou dádiva, como opção massiva para resolução de todas as dificuldades. E das facilidades também.

Quanto mais se vive, mais o "acontecer" se torna aparente. Este processo ultrapassa a certeza que aflora na consciência, se resume a uma verdade absoluta que depende de tempo para ser entendida. Por mais que não se queira. Tanto o tempo, quanto a certeza.
Cada segundo se perde nos milhões de minutos, que por sua vez se embaralham nas horas, que se chocam nos dias e desembocam nos anos. Tudo é um fluxo constante, perene, perdido. Na constância do que já foi, e não é mais. Na incerteza do que ainda vai ser.

E na burra realidade do que já é.

Tic-tac.

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