sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não tenho mais pressa.
Sei como vai terminar.
Odeio saber que sou presa.
Odeio o pesar.

Terminou.

Por todos os infortúnios do mundo
Passando, tranquilo sem rumo
Um bosque, um alvo estampado
No peito. Estardalhaço.

Nas veias,
o cheiro de antes
o gosto de Dantes
E a pena de não mais estancar
O cansaço do amor morto.

São dois pesos, duas medidas
Duas ruas, sem saída
ambas vias de sorrisos e lágrimas.
Uma gruta, confortável
um carinho
tão afável
e a coragem de entregar meus brios.
Frios.
Limitados e constrangidos.

Mais uma parte do meu coração é reino
Tem monarcas, estampidos, fogo de chão
uma terra fértil para plantar.
Não será mais frutas, que me alimentam
nem verduras, que me sustentam.
Serão rosas.
Porque além de enfeites
eu quero espinhos
além de alimento
quero saciedade
além de rotina
novidade
e, ao invés de caridade,
almejo a verdade
e o que ela me traz.

Um comentário:

Josiel Lilge disse...

como sempre.
Bem profundo.

Gostei muito desta parte:

Serão rosas.
Porque além de enfeites
eu quero espinhos
além de alimento
quero saciedade
além de rotina
novidade
e, ao invés de caridade,
almejo a verdade
e o que ela me traz.

=D