quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Droga de amor



O amor é uma droga explícita.
A abstinência é o único antídoto para o abandono deste vício.

É possível se libertar,
quando a luta tem este objetivo.
A dor pode ser incontestável. Mas a excitação pela vida é infinitamente maior.

Lembranças se fundem com desejos
Espetados, incômodos
Nos cacos que sobraram de uma Torre de Babel
que caiu.

Agora sou eu quem cuido de mim.
Minhas necessidades são egoístas
E me permito ter raiva da tua covardia.

Se o coração fosse na barriga
como se acreditava na Idade Média
diria que sinto dor abdominal. Visceral.
Porém,
as ervas que tratam deste tipo de enfermidade
já estão dispostas no meu balcão
e a água fervendo, esperando imersão.

Em breve estarei melhor do que já estou
e pronto para outros ciclos.
Um dia depois do outro,
e pessoas na minha vida, na mesma ordem, virão.

Eu declaro minha independência
E não preciso mais de pena de ninguém.
Agora (verdadeiramente) estou seguro
Meu governo a mim diz respeito
e o vazio no peito
já começou a deixar de existir.

Nenhum comentário: