quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Breviação

As palavras escalam o pulmão até a garganta, e lá ficam presas. Os verbos jazem estagnados na recordação de que um dia foram presente e agora são bálsamos de lembranças. Artigos... Ah os artigos! Estes se moldam e se remoldam, restringindo-se a crases da antiga intolerância e futuros rasgos de memória. Nos olhos, as íris vis transpõem-se em interjeições explícitas, macumunadas e protegidas por cílios que se nomeiam a própria razão. O que se teve um dia não se tem mais, e entre a reconfortante certeza do que se foi e a inquietante obviedade do que se é, vai-se citando futilidades como uma desesperadora arma de proteção e auto ataque. Assim eu me protejo. Assim eu te ataco.

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