domingo, 17 de maio de 2009

Concreto

mais um tijolinho. Ou dois. Está quase pronto.

Depois terei orgulho. Serei como a maioria. Sem feição, sem olhar, sem caricatura. Só um amontoado de argamassa e argila, um punhado de cinemto. Tudo malacabado. A mercê do próprio detrimento.

Para que máscara? Só porque vivemos uma peça de teatro e as cortinas insistem em não baixar? E a plateia, casta e atenciosa, troca os aplausos por um singelo olhar de (des)aprovação? Não vejo motivo. Aliás, não vejo nada... Esqueci de construir janelas neste meu novo layout social.

Respiro, sim, aqui dentro. Meu próprio gás carbônico úmido, constrangido. Nem ele cogita em sair da casca. Por que se aventuraria? Tensão de mais para suportar.

Concreto armado
. Arma branca, burra, defensiva. Não ataca. Nem se destaca. Por si só está rígida, cumprindo seu papel de escudo repelente. Camuflada entre as outras. Comuns. Esta é a intenção.

Nenhum comentário: